O aparecimento da prática fotográfica em Porto Alegre está ligada à instalação do estúdio de Luiz Terragno e Bernardo Grasseli, em 1853. No estúdio, Terragno fotografava e Grasseli fazia o trabalho de pintura e retoques. Comercializavam vários tipos de processos fotográficos: daguerriótipos, ambrótipos, cinotipos e mais tarde as fotografias albuminadas, nos formatos carte de visite e cabinet, contribuindo assim para popularização crescente da fotografia.
Luiz Terragno & Cia. Retrato de Homem desconhecido, fotografia: albumina, carte de visite, entre 1881e 1885.
Atelier Calegari
Após a virada do século foram introduzidos os papeis com gelatina. As câmeras utilizadas são de madeira com fole, com cartuchos onde se colocam as chapas de vidro, e depois são produzidos com plásticos (filme plano). Estes negativos, de baixa sensibilidade, exigiam uma longa exposição, motivo pelo qual, eram oferecidos recursos para conter o movimento do fotografado, como cadeiras, pedestais, ou até mesmo suportes que ficavam escondidos atrás da cabeça.
Os estúdios passam então, a serem freqüentados por grande parte da população, independente da camada social, pois existiam estúdios para as camadas mais altas e mais baixas. Era moda ir a um estúdio, geralmente tirar um retrato com uma indumentária especial, disponível no próprio local, com um cenário produzido (telões pintados ao fundo e outros mobiliários e adereços) e oferecer a um ente querido, como prova de amor e amizade. Por isso muitas das fotos que se encontram no acervo, apresentam uma dedicatória.
Photografia Central Ferrari
Retrato de mulher, Carlos Ferrari. Fotografia: Gelatina/prata, carte cabinet, p&b. Porto Alegre, 1909.
Photographia Barbeitos & Irmão
Retrato de casal, Photographia Barbeitos & Irmão. Gelatina/prata, carte cabinet, p&b. 1912.
As incipientes transformações urbanas que marcam o final do século XIX e início do século também foram alvo dos fotógrafos como os Irmãos Ferrari e Vírgilio Calegari que produziram conjuntos de vistas da cidade. Esses fotógrafos apresentam-nos uma cidade que ao olhar atual revela-se desconhecida. As casas nas ruas do centro da cidade, praças e monumentos, os locais de comércio, que hoje estão em outro lugar ou não existem mais e vistas panorâmicas que nos localizam a cidade circundada pelo Lago Guaíba.
Nestas imagens, ficaram registrados as carroças, a iluminação à gás, os diversos “tipos sociais” que habitam a cidade, como se vestiam e os principais espaços por onde circulavam, além de características dos bairros adjacentes, como a Cidade Baixa e o Menino Deus.
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